E eles continuam gritando nos alto-falantes

Embaixo de muita expectativa e de muita polêmica, no dia 15 de setembro o Zander lançou seu primeiro álbum intitulado Brasa. E como incita o sample no começo do disco, eles realmente mandaram Brasa no país inteiro. Eu digo expectativa porque há notícia de fãs acordados as 5 da manha esperando o lançamento do CD. Polêmica porque Zander nunca foi uma banda de passar em branco e divide as mais diversas opiniões. Mas até que não gosta muito da banda parou pra escutar o que eles aprontaram dessa vez depois do “Já faz algum tempo”.

O álbum começa com um gosto de “mais do mesmo” como quem diz “vamos matar a saudade antes de contar as novidades”. Bill deixa bem claro nas letras que não tem a mínima pretensão de parar e as guitarras a mínima pretensão de abaixar os volumes. ‘Linha Vermelha’ soa como um agradecimento aos fãs que sempre pedem shows e músicas novas e ‘Todos os Dias’ é a síntese do espírito do disco. O saudosismo bate forte em ‘Próxima Parada’ e não faltam tapas na cara em ‘Motim’ e ‘Humaitá’. Músicas como ‘Meia-noite’ e ‘Auto Falantes’ (que abre o álbum) vão virar hinos em shows e pra quem trabalha e estuda noite e dia, vai ser difícil não se identificar com ‘Simples Assim’. Claro que não podia faltar a balada do disco que foi intitulada ‘Sunglasses’, a primeira deles em inglês. E Bill não perde o trejeito de cantar e o sotaque nem cantando em outro idioma. ‘Sem Fim’ é a música que, propositalmente ou não, termina o CD e é revoltada, fala de amor sutilmente e da só mais um tapa, só pra não esquecer que enquanto eles tiverem força vão continuar gravando e viajando o Brasil pra fazer a alegria dos fãs, sem se vender a moda ou ao limbo “oldschool”.
No geral, o primeiro cd da banda (os outros lançamentos são dois EPs intitulados ‘Em Construção’ e ‘Já Faz Algum Tempo’) não decepcionou as expectativas, mas também não surpreendeu. Quem conhece a banda além do fanatismo já esperava as músicas fortes e intensas e um leve tempero do Nação de Nada (antiga banda histórica do Bill) nas músicas e nas letras. Mas isso não significa que o Zander não tenha sua propria cara. Muito pelo contrário. Agora e aguardar mais um show onde eles vão colocar qualquer lugar abaixo, as pessoas vão gritar, cantar, pular. Bill vai rasgar o verbo como sempre e como é dito em ‘Até a Próxima Parada’: “E nunca é fácil dizer até a próxima, foi bom te ver”.

Por @underlinerod

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